quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quinta-Feira.



Hoje foi um dia assim. Triste. Talvez fosse cansaço e eu confundi, ainda não tenho certeza.

E qdo acordei, levei a claridade do dia pro lado pessoal. Muito ofensivo o dia.

Hoje estava mais cansada do que estava sendo. Minhas forças se esgotaram. Não estava em mim e a resposta 'que seja' para todas as perguntas e preferências foi meu mantra pra hoje.

Hoje evitei o quebra pau, evitei brigas, tentei usar ainda um resquicio de inteligência, pq a briga descarrega e desvia até a energia que vc não tem e tira o foco de vc levar suas coisas pra frente.

Não lembrei de nomes, de pessoas, de senhas. Não lembrei oq fui pegar qdo entrava em um cômodo da casa e parava com o olhar fixo.. tentando.

Não lembrei de comer, fui lembrada disso as 20h30 e comi as 21 hrs, pela Ana, pelo leite que ainda dou a ela.

Não lembrei de mim, não me reconheci. Posso não ser mulher, posso não ser amiga, mas não posso deixar de ser mãe e por um momento, não sei quanto, não ouvi o choro da Ana, era como se ela estivesse chorando no mudo.

Então entrei na internet e pensei: Incrível como o desinteressante se torna interessante quando problemas reais surgem e a gente não sabe como resolver.



"Um manancial inesgotável de frustração, arrependimento e dor contido no simples ato de: sair da cama."



sábado, 20 de abril de 2013

Casamento.

Ontém de madrugada fui pedida em casamento. Por um amigo e foi bonito.

Tudo tem um direcionamento, qual será o direcionamento da minha vida pensei. Pensei isso quando engravidei, pensei isso qdo o pai da Ana disse não me amar mais, conveniente eu estando grávida, sozinha e com medo.

Transcendi, denovo, superei.

E numa madrugada de Abril, sou pedida seriamente, em casamento.

Eu sei como quero me casar, vestido de algodão, final de tarde, música tocada ao violão, talvez 'Para sonhar' do Jeneci ou 'Segue o seco' da Marisa.

Ou alguma que ele escolhesse. Gente simples, gente pouca. Sempre pensei no homem da minha vida, um homem de sorriso largo e de alma franca. Que não saiba de nenhuma dessas coisas que todo mundo acha que tem que saber.

Que soubesse quando o tempo vai mudar e que achasse valor em mulheres de quadris largos.

Que fosse calmo, com quem eu pudesse conversar sem me cansar, que entendesse minha tagarelisse em certo tempo do mês.

Enfim e tudo isso me faz pensar, que se não é o pai da Ana, se não é esse amigo, se eles não são assim, que sejam de suas maneiras.

Mas que eu jamais abra mão dessas pequenisses minhas, mesmo podendo negociar se for por uma vida de cartas na mesa, por uma vida onde esse casamento acabe antes de uma traição, que ele acabe antes e não depois.

Mas espero dentro de mim que quando for a hora certa e a pessoa certa, não acabe, permaneça.




sexta-feira, 19 de abril de 2013

Constato.

A Ana não tem nada a ver com isso.

Ela - Apesar de ser a melhor parte disso tudo.

Deus não funciona da maneira como eu aprendi, mas ainda assim eu quero acreditar Nele da maneira que eu entendo, eu preciso Dele tenha a explicação que for.

Eu transcendo todos os dias.

Senão morreria.

Eu sou mais do que posso supor e me deparo com isso a cada choro comprido, a cada olhar doído que encaro de mim mesma.


Grata.

 E é com o coração transbordando em aquecimento que escrevo hoje o que não pode ficar dentro, oq não cabe dentro. Transcendi e alcancei uma das mais belas pessoas que poderia ter acesso nessa vida. Se eu não fosse mãe solo, não teria, se eu não fosse mãe solo não saberia que mulheres assim existem, elas existem fora do meu mundo egoísta e pré-estabelecido, do meu mundo que existia antes OBRIGADA universo por ele não existir mais. 

Não acredito que há males que vem para o bem não, mas acredito nisso, nessa grande costura da vida, nessa junção de almas afins, isso estava sim escrito em algum lugar, em algum lugar muito nosso. 

Acredito em mulheres bonitas e inteligentes e que tenho a sorte de ter em minha vida e de ter podido tocar até então. Os e-mails aquecem a mente, os beijos repetidos e abraços bem de perto aqueceram minha alma e como nunca meu espírito! a um ano exato não sentia isso, nem com família (sangue) nem com livros, nem com amigos das antigas, de infância.

Tudo isso envolto nesse grande sentimento de gratidão que transcende essa dor. Esse luto que venho superando enquanto aprendo a ser mãe full time., enquanto aprendo que não sou a única, que não sou especial. Que estou ai.

A você meu muitíssimo obrigada, a você minha gratidão real de vida.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sabático meu.

Como uma ida ao quiosque que revela fotos pode me trazer tantas reflexões, praticamente uma volta em uns cinco quarteirões. To vivendo meu sabático com certeza, um sabático sem precedentes, sem planejamento, mais ainda sim um legítimo sabático com certeza. Fomos eu e Dona Ana revelar umas fotos comprar um mural muito bonito para alegrar nossa história com fotografias, não as digitais, queremos segurar nossas fotos, pois bem. Pegamos o Sr. Onofre, sua mochila em formato de sapo e colocamos o essencial de sobrevivência do recem nascido, fralda, lenço, fitoterapico para cólicas.. é isso. Porém ainda não dá para colocar seios na mochila e esqueci de amamentá-la antes de sair. Esperta eu. Quatro quarteirões para frente parei no jornaleiro, uma tarde linda de sol, porém com vento ah que perfeito! logo eu que odeio o sol, mas o das quatro da tarde eu amo, ainda mais com friozinho, enfim, choro... reconheci aquele choro, logo eu q duvidava das mães que diferenciam choros... sim era o de fome, eu não vou sacar meu peito pra fora como aquelas corajosas africanas, ou aquelas mulheres que tanto julgo do metro... clamo sabedoria ao Senhor e finjo que ela não está chorando, dou a chupeta e  lá me vem o jornaleiro: 'Humm isso me parece choro de fome..!!' 'Não é não ela acabou de mamar, com certeza é cólica ou frescura mesmo, me vê a Mente e Cérebro desse mês faz favor.' ' Err bebes só choram por dois motivos, fome e fralda ... e esse ai é fome hein' ' Vou pagar no cartão...debito por favor, obrigada' e saí, morta de vergonha por causa do choro alto e de fome de Dona Ana e pela tristeza reflexiva sabática de pensar: Meu Deus!! não posso mais ir ao jornaleiro em paz sem uma bebe chorando e como aquele jornaleiro sabia q era choro de fome meu Deus!! homens não deveriam saber essas coisas.

Ontém ela fez a mesma coisa enquanto eu folheava um clássico num sebo após ir ao banco. Estava na paz de Deus folheando meu clássico e Dona Ana num chororô de me dar vergonha. Saí do Sebo na hora sem levar meu livro...vou voltar lá sozinha para comprá-lo se ainda estiver lá pra vender.

No caminho de volta fiquei pensando...eu sempre fui muito auto suficiente, desapegada, tinha impulsos de ir e vir. Amo o Centro de Sp ia e vinha a hora que eu queria, minha caipirinha no alemão, minha Brahma com as amigas, meu all star velho, tudo isso era muito meu, muito eu.

Hoje não estou sozinha, eu tenho a Ana. Pra cuidar. Nessa minha licença estou aprendendo muito. Eu respiro o mesmo ar que a minha filha quando encosto o meu nariz no dela e inspiiiiro bem gostoso sentindo o cheiro dela, um cheiro bom. Quando ela me olha com os dois olhos maiores mais lindos do mundo e fica assim. Quando com seus quarenta dias, olho pra ela e algumas roupas já não cabem mais, todo esse desenvolvimento e saúde somente com meu leite, vale a pena passar vergonha alheia, pelo prazer de não ter uma mamadeira pronta dentro do Onofre.

Quando de noite há a 'Hora da Leiturinha' e ela gosta. E eu penso, esse é meu legado, eu pensava que qdo tivesse um filho ia instrui-lo no caminho do estudo e da leitura, que ele teria um nome simples e seria uma criança simples, que ia aprender a viver com o sim e com o não. To aprendendo. To começando.

Desse meu sabático materno e que Deus me ajude, sempre!

sábado, 13 de abril de 2013

Do contrário.

Não tem como eu fugir da minha vida, ela é difícil mas é minha. Ela é cheia de revezes, ela é. Não estou mais triste do que era antes, só estou mais cansada, menos pensante. E quando deixo de pensar como fazia, me sinto menos humana, menos pertencente, me desoriento quanto a minha identidade. Eu não sou mãe, não estou vinculada. Eu estou mãe em tempo integral e isso me consome, sentimento, pensamento, me consome a alma e a dor é em conta gotas. É tanta leitura, é tanto conselho. Mas no batente não tem um que caiba, na mão na massa, no pegapacapá o buraco é mais embaixo, é não fazer oq se quer, é parar no meio do caminho e retomar qdo não quiser. É não querer, é não ter escolha, é não voltar atrás e não seguir adiante, é estar aqui e sua alma não estar. É olhar e olhar, sem pensar, é não estar.

É doer e significar, sabendo que isso está te fazendo melhor e mais humana e mais perto do que vc sempre quis ser, da pior maneira, da maneira q não se sabe.


Percebi.

Quando comprei a lousa e o giz e o apagador, lembrei de mim. Lembrei de mim na fila da escola, a fila por ordem de tamanho e tamanha minha admiração pela professora. Quero ser professora quando eu crescer. Cresci. Não sou professora. Não numa sala de aula. Me dei conta que sou uma instrutora, em tempo integral. Me dei conta que estou sozinha em muitos momentos e que em todos eles não há uma resposta pronta que caiba como uma luva.