segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sabático meu.

Como uma ida ao quiosque que revela fotos pode me trazer tantas reflexões, praticamente uma volta em uns cinco quarteirões. To vivendo meu sabático com certeza, um sabático sem precedentes, sem planejamento, mais ainda sim um legítimo sabático com certeza. Fomos eu e Dona Ana revelar umas fotos comprar um mural muito bonito para alegrar nossa história com fotografias, não as digitais, queremos segurar nossas fotos, pois bem. Pegamos o Sr. Onofre, sua mochila em formato de sapo e colocamos o essencial de sobrevivência do recem nascido, fralda, lenço, fitoterapico para cólicas.. é isso. Porém ainda não dá para colocar seios na mochila e esqueci de amamentá-la antes de sair. Esperta eu. Quatro quarteirões para frente parei no jornaleiro, uma tarde linda de sol, porém com vento ah que perfeito! logo eu que odeio o sol, mas o das quatro da tarde eu amo, ainda mais com friozinho, enfim, choro... reconheci aquele choro, logo eu q duvidava das mães que diferenciam choros... sim era o de fome, eu não vou sacar meu peito pra fora como aquelas corajosas africanas, ou aquelas mulheres que tanto julgo do metro... clamo sabedoria ao Senhor e finjo que ela não está chorando, dou a chupeta e  lá me vem o jornaleiro: 'Humm isso me parece choro de fome..!!' 'Não é não ela acabou de mamar, com certeza é cólica ou frescura mesmo, me vê a Mente e Cérebro desse mês faz favor.' ' Err bebes só choram por dois motivos, fome e fralda ... e esse ai é fome hein' ' Vou pagar no cartão...debito por favor, obrigada' e saí, morta de vergonha por causa do choro alto e de fome de Dona Ana e pela tristeza reflexiva sabática de pensar: Meu Deus!! não posso mais ir ao jornaleiro em paz sem uma bebe chorando e como aquele jornaleiro sabia q era choro de fome meu Deus!! homens não deveriam saber essas coisas.

Ontém ela fez a mesma coisa enquanto eu folheava um clássico num sebo após ir ao banco. Estava na paz de Deus folheando meu clássico e Dona Ana num chororô de me dar vergonha. Saí do Sebo na hora sem levar meu livro...vou voltar lá sozinha para comprá-lo se ainda estiver lá pra vender.

No caminho de volta fiquei pensando...eu sempre fui muito auto suficiente, desapegada, tinha impulsos de ir e vir. Amo o Centro de Sp ia e vinha a hora que eu queria, minha caipirinha no alemão, minha Brahma com as amigas, meu all star velho, tudo isso era muito meu, muito eu.

Hoje não estou sozinha, eu tenho a Ana. Pra cuidar. Nessa minha licença estou aprendendo muito. Eu respiro o mesmo ar que a minha filha quando encosto o meu nariz no dela e inspiiiiro bem gostoso sentindo o cheiro dela, um cheiro bom. Quando ela me olha com os dois olhos maiores mais lindos do mundo e fica assim. Quando com seus quarenta dias, olho pra ela e algumas roupas já não cabem mais, todo esse desenvolvimento e saúde somente com meu leite, vale a pena passar vergonha alheia, pelo prazer de não ter uma mamadeira pronta dentro do Onofre.

Quando de noite há a 'Hora da Leiturinha' e ela gosta. E eu penso, esse é meu legado, eu pensava que qdo tivesse um filho ia instrui-lo no caminho do estudo e da leitura, que ele teria um nome simples e seria uma criança simples, que ia aprender a viver com o sim e com o não. To aprendendo. To começando.

Desse meu sabático materno e que Deus me ajude, sempre!

Um comentário:

  1. Uau! Não do teu blog ainda, Amei! Um local para registrar e compartilhar tuas brilhantes falas e ideias. E essa história de amamentar em locais públicos, é dose. O que me ajudou foram as blusas com fendas, da "criando gente". Comprei duas e usava uma a cada saída. Repeti um monte, mas assim me sentia a vontade. :-)

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